Para preservar e proteger a biodiversidade, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) desenvolve diversas ações na busca pela conservação dos recursos naturais. Os projetos desenvolvidos com recursos da cobrança pelo uso da água são essenciais para possibilitar qualidade de vida para a população da bacia, além do papel fundamental em assegurar a produção sustentável e os usos múltiplos.
Uma das ações do CBHSF tem sido proteger e preservar as lagoas marginais da bacia que tem como função ecológica a reprodução e o desenvolvimento dos peixes. Infelizmente, nas últimas décadas, ambientes naturais têm sido afetados pelo impacto de ações antrópicas como a crescente destruição das planícies de inundação por meio de barramentos, canalização e desmatamento, com consequências diretas sobre os peixes e a produção pesqueira dos rios.
Para minimizar esses impactos o CBHSF desenvolveu nos últimos anos dois projetos para revitalizar e proteger as lagoas marginais. Um deles é o projeto executivo de limpeza da Lagoa de Itaparica, a principal lagoa marginal da bacia do Velho Chico, localizada em Xique-Xique, na Bahia.
Em 2017, a Lagoa de Itaparica secou matando milhares de peixes, o que atingiu cerca de duas mil pessoas que dependem da água da lagoa para sobreviver. O local se transformou em uma espécie de cemitério de peixes, após milhares deles morrerem por conta da falta de água e muitos pescadores abandonaram a atividade.
Pensando em soluções viáveis, em 2019, o CBHSF, junto com diversos outros atores da bacia, uniu esforços em uma ação chamada de SOS Lagoa Itaparica, onde foram pontuadas demandas a serem executadas por todos esses agentes como forma de recuperar os principais canais que levam água para a lagoa e desassorear esses trechos, incluindo a própria lagoa.
Em 2020, a lagoa, com 24 quilômetros de extensão, voltou ao volume de 100% da recarga hídrica devido às fortes chuvas que atingiram boa parte do país no início de 2020. A lagoa também voltou a ter peixes.
O outro projeto desenvolvido pelo CBHSF, em parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), é destinado a recuperar as lagoas marginais do Alto São Francisco, em Minas Gerais. O objetivo principal é avaliar a integridade ecológica das lagoas marginais consideradas como prioritárias para preservação da biodiversidade do Rio São Francisco, associada à operação da Usina Hidrelétrica (UHE) de Três Marias. O projeto visa o reabastecimento das lagoas marginais e propõe ações em parceria com as comunidades da área de influência do projeto para a promoção da conservação e recuperação destes ambientes.
Balsa atravessa o rio São Francisco em Manga (MG), na região em que está sendo realizado o projeto
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