A Marinha do Brasil (MB) — através da coordenação do vice-almirante Humberto Caldas da Silveira Junior, comandante do 2º Distrito Naval (2º DN) — apoiou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) na ação de eclusagem, com passagem de embarcações, que marcou a retomada das atividades da Eclusa de Sobradinho, no Rio São Francisco, inoperante desde 2019. Na operação, realizada na quinta-feira (25/03/2021), foram empregadas duas embarcações da Capitania Fluvial de Juazeiro (CFJ), além do Vapor do São Francisco, que é voltado ao turismo náutico na região.
Na qualidade de Autoridade Marítima Brasileira, a MB converge esforços em ações que fomentem o desenvolvimento do setor hidroviário. As eclusas revestem-se de importância fundamental para o setor, uma vez que possibilitam a manutenção da passagem de embarcações nas hidrovias com desníveis, utilizando comportas que separam os diferentes níveis do curso d’água. Assim, a operacionalização das eclusas tem sido um pleito constante da Autoridade Marítima Brasileira para possibilitar que as hidrovias assumam um maior papel na matriz de transportes do país, haja vista a ainda baixa utilização do modal hidroviário brasileiro.
A aposta no desenvolvimento do setor considera que as hidrovias são um fator de integração nacional, pelo viés econômico, social e político, que fomentam o bem-estar das populações da área em que estão presentes. O transporte hidroviário possui grande capacidade de movimentação de carga, baixo custo da tonelada transportada e reduzidas emissões de poluentes, o que o torna um modal muito adequado à movimentação de grandes volumes de mercadorias de baixo valor agregado (commodities) por grandes distâncias. O Brasil não possui hidrovias, apenas rios naturalmente navegáveis, sendo que utiliza apenas um terço da sua ampla rede hidrográfica, composta por 63.000 quilômetros de rios com potencial para navegação, segundo a Confederação Nacional dos Transportes.
A construção da Eclusa de Sobradinho data de junho de 1973 e foi finalizada em novembro de 1979. A obra permitiu que as embarcações superem os 32,5 metros de desnível criado pela barragem da Represa de Sobradinho. Com isso, restabeleceu a navegação do Rio São Francisco, no trecho de 1.371 km entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA). A Eclusa possui uma câmara de 120 m de comprimento e 17m de largura, com volume de eclusagem de 72.000 metros cúbicos.
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