Daniel Campelo da Silva, 51 anos, morador dos Torrões, zona oeste do Recife, foi uma das pessoas
violentamente atingidas pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar de Pernambuco na manifestação que pediu vacinas e Fora Bolsonaro. A bala de borracha disparada por um policial do Batalhão de Choque atingiu o olho esquerdo dele. No final da tarde, a família foi avisada que Daniel havia perdido o globo ocular.
E ele sequer estava participando do ato deste sábado, 29 de maio. Daniel trabalha com adesivagem de carros e havia ido ao centro da cidade para comprar material. Um amigo taxista que passava pelo local socorreu a vítima, que foi levada ao Hospital da Restauração (HR). Em seguida, Daniel foi transferido para a Fundação Altino Ventura (FAV), mas, por conta do edema muito grande, não conseguiu passar pelo procedimento cirúrgico necessário. Foi então reencaminhado ao HR, onde está sendo medicado e ficará em observação até amanhã de manhã, quando voltará à FAV para a cirurgia.
“Painho nem liga muito para protesto, nem é de assistir, não gosta muito dessas coisas de política. Ele estava indo trabalhar”, lamenta a filha Daniele de Sena, atualmente desempregada. Autônomo, Daniel tem uma filha recém-nascida e um filho de três anos com autismo.
Além dele, deram entrada no HR Jonas Correia de França e Ednaldo Pereira de Lima, nenhum dos dois tiveram as idades informadas. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, Jonas também foi ferido nos olhos. Depois de receber atendimento na unidade foi transferido com quadro estável para a FAV.
A informação é de que Jonas tinha largado do trabalho pouco antes do ataque da polícia e também não participava da manifestação. Já Ednaldo foi atingido por uma bala de borracha em uma das pernas. Ele permanece sendo atendido no HR com previsão de alta ainda hoje.
Com dificuldades financeiras, a família da Daniel pede ajuda. Quem puder fazer doações de qualquer quantia, o PIX é 70951990438 (Evelyn Maria).
A reportagem é de Raíssa Ebrahim para o Marco Zero