Após a chegada dos agentes da Polícia Civil, o homem foi algemado, colocado em uma viatura e levado para a Delegacia de Caucaia. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Paraipaba, o suspeito assinava prescrições médicas utilizando um carimbo registrado em nome de um profissional com inscrição ativa no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (CRM-RN). A prática, caso confirmada, constitui crime de falsidade ideológica.
Um policial militar foi preso na noite deste sábado (16) em Paraipaba, no Ceará, suspeito de exercer ilegalmente a profissão de médico. A prefeita da cidade, Ariana Aquino, deu ordem de prisão ao falso profissional, que saiu da unidade hospitalar algemado.
O falso profissional não é formado em medicina e usava o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) de outra pessoa, segundo testemunhas.
A Secretaria da Segurança Pública afirmou que Khlisto Sanderson Ibiapino de Albuquerque, 34 anos, foi autuado em flagrante pelos crimes de exercício ilegal da medicina e falsa identidade. Ele foi preso no Hospital Municipal de Paraipaba.
O momento da prisão foi registrado em vídeo. A prefeita Ariana Cordeiro Façanha Aquino deu voz de prisão ao falso médico acompanhada de guardas municipais e policiais civis.
"Recebemos denúncias que o senhor está exercendo ilegalmente a medicina. Então eu estou dando aqui ordem de prisão para o senhor. A gente chamou a polícia, a gente recebeu uma denúncia que o senhor estava exercendo ilegalmente a medicina. O CRM não é do senhor, e a gente chamou a polícia, ela está aqui", disse a prefeita no momento da prisão.
Khlisto é soldado da Polícia Militar do Ceará e também responde judicialmente por violência doméstica contra mulher na Comarca de Fortaleza, em 2020, suspeito de agredir uma mulher na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
O g1 entrou em contato com o Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec) questionando sobre a atuação do falso médico, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Já a Polícia Militar informou que Khlisto está afastado das atividades na corporação por meio de licença para tratamento de saúde. "Atualmente, encontra-se na situação de agregado por, há mais de um ano, estar nessa condição. A PMCE está produzindo relatório para abertura de procedimento disciplinar junto à Controladoria Geral de Disciplina (CGD)", complementou a instituição.
Pena de até dois anos
De acordo com o artigo 282 do código penal brasileiro, "exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites" pode pegar pena de detenção de seis meses a dois anos.
Se o crime for praticado com o fim de lucro, é aplicado multa.
Vídeo: Luciano Porto Oficial