Entrando para o sétimo dia de greve nesta segunda-feira (21) e com adesão de 90% em todo Estado, os Policiais Civis de Pernambuco convocam toda a categoria para uma passeata na próxima quarta-feira (23), com concentração a partir das 15h na sede do SINPOL-PE e com saída prevista para às 17h. A passeata seguirá pelas ruas do Recife em direção ao Palácio do Campo das Princesas, onde será realizada uma assembleia que definirá se haverá radicalização do movimento grevista.
Desde a deflagração do movimento, às 18h30 da noite da segunda-feira, 14, o SINPOL vem monitorando o movimento em todo o Estado, cuja adesão continua em 90% de todas as Delegacias e Institutos do Estado. Ou seja, 90% da categoria está comprometida com a greve.
Nesta segunda (21), a greve dos Policiais Civis de Pernambuco entrou no sétimo dia de paralisação. Desde então, todas as atividades da Polícia Civil do Litoral ao Sertão estão paralisadas, sem previsão de retorno.
Os Policiais Civis de Pernambuco estão sem aumento desde 2019 reajustado pela inflação, ou seja, quatro anos sem aumento real. “O Estado tem oferecido um aumento de 20%, e com o pagamento só para julho. Vale lembrar que o que nos oferecem não cobre nem a inflação dos últimos três anos, o que dirá a inflação que vem agora de 2022 que já tem uma projeção de 6% a 7%? O que nós pedimos é o que seja igual ao que foi dado aos professores, 35%. Após sete meses tentando negociar, dialogar e buscar uma saída que a categoria se sinta valorizada, chegamos ao nosso limite. Quem nos empurrou para essa greve foi o Governo do Estado”, ressaltou Rafael Cavalcanti, presidente do SINPOL.
Os Policiais Civis continuam pedindo melhores condições de trabalho, com equipamentos públicos sucateados, uma das piores estruturas do País, com o mesmo valor investido de 11 anos atrás, sendo o 22° estado que menos investe em Segurança Pública e a categoria de base tendo um dos piores salários do país.
“Não podemos deixar de reforçar que a taxa de homicídios em Pernambuco de 2021 ficou quase o dobro do Estado do Rio de Janeiro. Já os estados do Nordeste onde as polícias têm salário maior, reduziram mais homicídios, como Sergipe, Alagoas e Rio Grande do Norte, enquanto isso Pernambuco reduziu menos do que prevê o Pacto pela Vida, ou seja, a falta de investimentos funcionais e salariais em Segurança Pública reflete diretamente na redução da criminalidade. A nossa disposição é de dialogar e construir uma saída que seja justa, que seja honesta, e que tenha uma valorização mínima, real, para que a categoria possa produzir”, finalizou o presidente do SINPOL-PE, Rafael Cavalcanti.
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