O cheiro forte semelhante ao de querosene indica para moradores do Janga que é meio-dia. Nesse horário, com o aumento da incidência de raios solares, é possível identificar pelo olfato indícios do óleo que atingiu a praia no município de Paulista, Região Metropolitana do Recife, no dia 23 de outubro. Mais de dois meses depois, pedras da praia continuam manchadas e, durante o dia, é possível sentir o odor de petróleo. A Praia do Janga é uma das 21 áreas do estado onde ainda foram encontrados vestígios de óleo, de acordo com o último relatório do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), de 27 de dezembro, sobre as localidades atingidas pelo petróleo cru no litoral do país.
Dos locais com resquícios de óleo, três estão no Litoral Norte de Pernambuco e 18 no Litoral Sul do estado. Foram encontradas 21 áreas com vestígios em 15 praias. São elas: Pau Amarelo, Janga, Gaibu, Paiva, Ilha do Francês, Suape, Muro Alto, Cupe, Gamboa, Barra de Sirinhaém, Carneiros, Boca da Barra, Tamandaré, Abreu do Una e São José da Coroa Grande. Foi encontrado ainda indício de óleo no mar, em uma área entre a Ilha de Santo Aleixo e a Praia da Pedra, em Sirinhaém. Na última revisita, o Ibama classificou como localidades sem manchas e vestígios 34 áreas do estado.
No Janga, moradores da orla afirmam que, exceto pelo cheiro de óleo e pelas marcas nas pedras, o episódio do dia 23 de outubro ficou no passado. ?Esperei dar dois meses do fato e voltei a tomar banho de mar. Não tem mais nada aqui. Entro na água tranquila?, disse a estudante Thayssa Lima, 18 anos, que foi à praia com a amiga, Vivian Vitória, também de 18. Já o técnico em radiologia Roberto Nepomuceno, 32, morador de Olinda, afirmou que a quantidade de peixes da localidade diminuiu. ?É uma área boa para pesca, mas, depois do óleo, tem menos peixes. Tirando isso, está tudo dentro do normal?, contou.
O promotor de vendas Lucas Silva, 22, atuou como voluntário quando a mancha de petróleo cru chegou ao Janga. Ele passou o dia ajudando a retirar o óleo da água. Mais de dois meses depois, ele afirma que não teve problemas de saúde, mesmo tendo tocado no material. ?Passei o dia todo na praia ajudando e mesmo tendo ficado muito exposto ao óleo, não tive nada. Hoje, não vemos vestígios na água?, afirmou.
A Prefeitura de Paulista informou que as praias da cidade são constantemente monitoradas pela Secretaria-Executiva de Meio Ambiente, ?tanto para desova de tartarugas marinhas, quanto para qualquer sinistro e, até o momento, não foi constatado nenhum novo surgimento de óleo cru na orla de Paulista?.
Fonte: Ibama
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