Lívvia Bicalho, de 37 anos, foi encontrada morta em João Monlevade, na Região Central de Minas, ao lado do ex-namorado Rafael Ribeiro. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que Rafael matou Lívvia e se matou em seguida.
Foi exatamente às 11h39 daquele dia que a polícia recebeu a comunicação desse pedido de ajuda, e registrou um primeiro boletim de ocorrência, que só foi encerrado às 12h32. Às 13h, a PM voltou a ser acionada, desta vez com a comunicação do assassinato de Lívvia, encontrada ao lado do corpo de seu ex-namorado Rafael Ribeiro, suspeito de atirar nela e se matar em seguida.
Na manhã daquela quarta-feira, Lívvia se dirigiu ao presídio de João Monlevade e ligou para o 190, dizendo que queria fazer uma denúncia contra o ex-namorado.
Ela foi orientada, então, a ir até o quartel da polícia. Lá, os militares ligaram para a filha de Lívvia, Júlia Bicalho, de 19 anos, que disse que a mãe estava “sendo perseguida” por Rafael.
Lívvia disse aos policiais que Rafael não tinha agredido ela, mas que “tinha medo de retornar até a casa para pegar suas coisas, já que ele teria dado um prazo de 45 horas para que ela retirasse tudo”.
Nesse momento, segundo o boletim, a polícia se ofereceu para ir com ela ao apartamento, mas ela disse que só conseguiu caminhão para cinco dias depois e que iria para a casa de uma amiga.
A polícia, então, foi até a casa de Rafael Ribeiro para “saber sua versão dos fatos”. “Para surpresa desta guarnição policial, a sra. Lívvia também se encontrava no apartamento, onde alegou que não teria feito contato com a Polícia Militar“.
Os dois desceram para falar com a polícia e ela foi questionada sobre ter voltado para o local, e disse que “mesmo ficando na casa da amiga, tinha que pegar algumas roupas“.
Os militares perguntaram a Rafael se ela poderia ir retirar suas coisas, ele disse que sim, e os dois voltaram para dentro do apartamento juntos.
Menos de duas horas depois, a PM voltou a ser acionada, desta vez com a denúncia de que dois estampidos de arma de fogo tinham sido ouvidos. Chegando ao local, os militares encontraram Lívvia caída e Rafael Ribeiro “caído sentado escorado na parede com uma arma de fogo em uma das mãos”. Os dois com tiros na cabeça, já sem sinais vitais.
Investigações
A Polícia Civil disse que “trabalha com a hipótese de eventual feminicídio seguido de suicídio, o que deverá ser confirmado ou não no curso das investigações“.
Na tarde de quarta, dia do crime, a Polícia Civil informou que esteve no local para os primeiros levantamentos periciais e que as investigações estão em andamento. Os corpos foram encaminhados para o Posto Médico Legal, em João Monlevade por volta das 18h.
Na manhã de quinta-feira (22), a Polícia Civil informou que está com a investigação sob sigilo e irá divulgar as informações somente com a conclusão do inquérito.
Os corpos, encaminhados para o Posto Médico Legal, em João Monlevade, passaram por exames e foram liberados.
Um dia antes de a cantora e influenciadora Lívvia Bicalho ser encontrada morta, outro ex-namorado conversou com ela pelo telefone e ouviu que ela estava sofrendo ameaças de Rafael Ribeiro.
O ex-namorado Alan Marmute, de 38 anos, também disse que Lívvia já tinha terminado o relacionamento com Rafael. A última foto em que os dois aparecem juntos na rede social da influencer é do dia 4 de março. Ela também não seguia Rafael nas redes sociais, o que indica que tinha rompido com ele.
“Ela estava sofrendo ameaças do ex-companheiro dela e eu a orientei que procurasse a delegacia para tentar medida protetiva”, conta Marmute, que disse ter continuado amigo de Lívvia depois que terminaram o relacionamento de quatro meses, no fim de 2019.
Em uma das várias conversas pelo telefone, Alan disse que Lívvia comentou que estava preocupada, falou das ameaças que vinha sofrendo do seu ex-companheiro, Rafael Ribeiro, de 39, mas não entrou em detalhes sobre essas ameaças.
Ela também disse a ele queria mudar de João Monlevade, na Região Central de Minas, para “conquistar uma cidade maior”.
“Hoje a gente sabe que na verdade ela queria se mudar por outros motivos”, acredita Alan.
Ele diz que sempre vai se lembrar da menina alegre e batalhadora que ela era:
“Uma das pessoas mais alegres que já conheci. Ela tinha o dom de ajudar, coração tamanho do mundo e ajudava a todos, famílias e amigos. Muito batalhadora. Assim que vou me lembrar dela, alegre, cantando e ajudando a galera”.
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