A Polícia Civil prendeu um homem, de 35 anos, suspeito de matar a companheira a facadas, na tarde desta segunda-feira (22), no bairro Vila Cemig, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte.
Um colega de trabalho de Clenilda Alzira da Silva, de 43 anos, é que denunciou o sumiço da vítima. Segundo a polícia, o rapaz costumava dar carona para seguirem até o trabalho. Tocou a campainha da casa dela e não foi atendido. Mandou mensagens pelo celular, foram visualizadas, mas ele não obteve resposta. Decidiu, então, levar o caso à delegacia.
Dois policiais foram até a casa onde Clenilda morava. De acordo com o delegado que investiga o crime, eles foram recebidos pelo suspeito que, da janela, questionou a presença deles no local. Ainda segundo o delegado, quando responderam que estavam atrás da mulher, o homem voltou para dentro do imóvel. Os policiais ouviram gritos, supostamente da vítima, e começaram a arrombar o portão.
“Ele perguntou se a gente iria entrar. A gente respondeu que sim, e ele pronunciou simplesmente uma frase. ‘Pode entrar, que acabei de matá-la’”, contou o delegado Rômulo Dias.
De acordo com a polícia, os agentes entraram na casa e renderam o suspeito, que não ofereceu resistência. Os policiais depararam com a vítima caída no chão, com marcas do ataque. Além disso, segundo a Polícia Civil, há indícios de que a mulher tenha sido mantida em cárcere privado.
“Todas as roupas da vítima estavam danificadas, aparentemente cortadas com tesouras. Havia um quarto, provavelmente o quarto em que ela estava sendo mantida em cativeiro e a chave que tranca esse cômodo estava do lado de fora, o que nos dá a indicação que ela era mantida reclusa ali”, descreveu o delegado.
Clenilda foi levada com vida para o Hospital Júlia Kubitscheck, no bairro Araguaia, no Barreiro, mas não resistiu. O suspeito foi preso em flagrante e levado para a delegacia.
Mudança de comportamento
Testemunhas contaram à reportagem da TV Globo que não esperavam que algo desse tipo aconteceria ali.
“Eu nunca acreditava que aquele sujeito ia fazer isso com ela. Meu marido está indignado, a gente confiou em você [suspeito] e você está até jurando a gente de morte”, desabafou uma vizinha.
A prima da vítima contou que Clenilda estava com um comportamento diferente e notou a mudança desde setembro do ano passado, quando ela passou a morar com o suspeito. Mas afirmou, também, que ninguém desconfiou de algum problema grave.
“Ela se afastou totalmente. Todo final de semana a gente se reunia. Ela ligava para o meu cunhado e dizia para comprar a minha cerveja, também. Quando ela chegava lá, todo fim de semana, a gente fazia churrasco na sexta-feira. Desde setembro, ela não vai lá na nossa casa”, declarou.
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