?Queremos mostrar o rosto de uma Igreja que deseja ser missionária. Para isso, em nossa diocese, as santas missões têm muito contribuído. Vocês estão assumindo a natureza missionária da Igreja?, disse o bispo de Floresta (PE), dom Gabriel Marchesi, aos participantes da primeira Experiência Missionária promovida pelo regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio do Conselho Missionário Regional (Comire).
Desde o último dia 9 até o dia 26 de janeiro, 85 seminaristas, 3 religiosas, um leigo, quatro padres e dois bispos estarão envolvidos nas atividades missionárias da diocese localizada no semiárido de Pernambuco. A programação teve início com a acolhida dos participantes oriundos de dioceses dos regionais Nordeste 2 e Sul 3 (Porto Alegre e Caxias do Sul) da CNBB.
Na sexta-feira, 10, e no sábado, 11, houve um retiro e um momento de formação sobre a realidade social e pastoral da diocese de Floresta. O coordenador do Comire NE2, padre Edvaldo Alexandre Brito, explicou os objetivos da Experiência Missionária, entre os quais: contribuir na relação entre trabalhos pastorais e vida acadêmica; despertar e fortalecer a espiritualidade missionária do seguimento a Jesus Cristo; exercitar atividades de cooperação missionária, motivar a cooperação além-fronteiras e favorecer o aprendizado com as pessoas, descobrindo e acolhendo os sinais de Deus em suas vidas.
O professor Libânio Francisco da Paixão Neto, residente em Floresta, falou sobre as principais características da região do semiárido pernambucano, com destaque para os aspectos históricos, sociais, políticos, econômicos e religiosos e passos que têm sido dados em vista da melhoria de vida das pessoas. Seguindo com o estudo da realidade local, o padre Gerson Bastos, da diocese de Floresta, fez uma exposição sobre a caminhada pastoral diocesana.
Dom Gabriel Marchesi manifestou alegria em poder acolher a primeira experiência missionária do regional Nordeste 2 e partilhou algumas reflexões sobre o chamado missionário. ?Evangelizar e testemunhar estão intrinsecamente ligados: Evangelizar é fazer acontecer a verdade que é o amor de Deus para este mundo, para com as pessoas, através de nossa vida?, afirmou o bispo, citando São Francisco de Assis: ?Anunciem o Evangelho a todos e, ser for preciso, usem palavras?.
Perguntando que Igreja queremos ser, dom Gabriel recorda a imagem do filho pródigo acolhido pelo pai e o pedido do Salmo 50 pela ?alegria de ser salvo?. Para testemunhar esta escolha, é necessário, segundo o bispo, ?descobrir que o Senhor está presente na vida do povo, pois o Espírito nos precede? e também ?ajudar as pessoas confiarem no abraço do Pai do céu e dos irmãos?.
O bispo diocesano de Floresta também exortou sobre a necessidade de ?mostrar às pessoas que desejam sucesso, prazer, consumir, que é no serviço às pessoas, especialmente aquelas que vivem nas periferias, que se vê e se mostra o rosto de Jesus. Sem atitude de serviço, fica difícil testemunhar o rosto de Jesus servo?. Este é o caminho ?que somos chamados a percorrer vivenciando a eucaristia como comunhão com Deus e entre as pessoas?.
Dom Gabriel terminou sua reflexão recordando a vocação batismal para a vivência em comunhão com Deus e pedindo que seja levado o abraço de acolhida a todas as pessoas e comunidades.
A preparação foi concluída com uma dinâmica conduzida pelo bispo auxiliar de São Luís (MA), dom Esmeraldo Barreto de Farias, que motivou os participantes a recordarem a vivência missionária em suas vidas, como a participação em alguma experiência missionária. Por meio de perguntas e das respostas às recordações apresentadas pelos participantes, o bispo desenvolveu três meditações:
?Após cada meditação, houve indicações de textos bíblicos e de tempo para o exercício pessoal da leitura orante. Em seguida, também em modo de oração, vários participantes puderem partilhar as luzes encontradas. A partilha após a leitura orante a respeito do encontro de Jesus com os discípulos de Emaús foi muito expressiva! Um terço dos presentes partilharam as luzes e apresentaram um símbolo correspondente. Os demais colocaram o símbolo no lugar apropriado dentro do caminho que foi construído pela equipe encarregada?, conta dom Esmeraldo.
No domingo, 12, ao final da celebração eucarística, os participantes da experiência receberam a cruz missionária e foram enviados para as paróquias de Petrolândia (local com 27 agrovilas), Itacuruba, Carnaubeira da Penha (área indígena) e Ilhas no rio São Francisco, na paróquia de Belém do São Francisco. Ali permanecerão até o dia 25 de janeiro, retornado a Floresta para a avaliação.
Ação inédita da CNBB NE2 levará cem missionários à Diocese de Floresta
Visitas: 19184336
Usuários Online: 1